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Mulheres Intelectualizadas

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Vamos iniciar essa conversa lembrando que mulheres são maioria nos espaços acadêmicos. Um dos fatores que facilita a maior permanência de meninas, jovens e adultas nestes espaços é a menor pressão para a entrada no mercado de trabalho, ao contrário dos homens. No entanto, vamos lembrar também que o grau escolar não nos garante maiores salários e nem posições de liderança ou de tomada de decisão, infelizmente. Sim, isso é machismo (precisamos nomeá-lo) e não é novidade por aqui. Mas também quero dizer sobre a relação heteronormativa, entre homens e mulheres, quando se depara com essa diferença de “grau de instrução” feminina. Independente do gênero, quanto mais conhecimento uma pessoa adquire, mais ampla se torna sua visão e compreensão de mundo. Maior sua capacidade argumentativa, mais facilmente se interpreta entrelinhas e se busca ser coerente com um background de conhecimento, estudos, pesquisas e métodos que fomentam seu posicionamento. Não se trata de um ponto de vista ou opinião.

Sobrecarga de Trabalho Mental das Mulheres

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Um dia de semana qualquer: Fazer o café da manhã. Levar as crianças na escola. Verificar se elas já almoçaram. Buscar as crianças onde estiverem (torcendo para que não tenham tido problemas). Orientar o marido sobre o que comprar para jantar e outros itens que venham faltar durante a semana. Fazer as crianças tomarem banho. Preparar o jantar enquanto elas fazem o tema de casa (torcendo para que façam). Servir o jantar. Pedir ao marido para lavar a louça da janta, para que seja possível tomar um banho. Preparar a mochila dos filhos para o dia seguinte. Colocar os filhos para dormir. Levar o cachorro para passear e pedir ao marido que recolha o lixo da casa. Ir dormir exausta, mas já planejando o dia seguinte. Ser uma ótima profissional no trabalho, para não perder o emprego. Dos diversos atravessamentos que a desigualdade de gênero impõe sobre a forma como nos relacionamos socialmente, os impactos na saúde mental das mulheres não ficam de fora. Pensar dá trabalho e gasta muita energia:

O que eles falam sobre o jovem não é sério

"Eu vejo na TV O que eles falam sobre o jovem não é sério O jovem no Brasil nunca é levado à sério "                                    ( Charlie Brown Jr.) Desde o lançamento da música "Não é sério" em 1997, denunciando diversas violências contra a juventude, muita coisa deveria se tornar séria para adolescentes e jovens brasileiros. Nos dias 26 e 27 de Abril, participei do 22º Congresso Nacional do PPCAAM - Programa de Proteção à Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, que foi realizado no Ministério Público de Porto Alegre. Me parece que já nos acostumamos com notícias como "a juventude preta é a que mais morre no Brasil" ou "adolescentes são cada vez mais cooptados pelo tráfico de drogas e cometem crimes cada vez mais violentos". No entanto, não estamos levando essas notícias à sério.  Também já li em outras fontes afirmações tidas como verdades absolutas sobre a juventude: são mimados, medrosos, não se interessam por política, demoram ma

O abraço

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O abraço: tão trivial na cultura brasileira, é um gesto carregado de sentidos. Demonstra afeto, afago, simpatia, boas vindas, colo, carinho, calor humano... É justamente por demonstrar tantos sentimentos bons, que devemos usá-lo com cuidado. Muitas pessoas se incomodam pelo fato de eu não ser muito adepta do abraço, acham antipático da minha parte. Depois que comecei a desenvolver formas de demonstrar que não abrirei meus braços na direção de pessoas pouco conhecidas ou cujo relacionamento somente ocorre informalmente, percebi que este é um gesto tão naturalizado socialmente, que meus interlocutores ficam sem reação ao perceberem meu não sinal. Contudo, desenvolver "olás" e "tchaus" coletivos tem sido uma experiência pessoal muito importante, no que diz respeito à sinceridade de relações, cumplicidade e amizade verdadeira. Quando somos crianças não temos muito crivo daquilo que é socialmente aceito. Cabe aos nossos cuidadores - pais, mães, avós, professo

O viajante e seus três potes de sementes

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Há muitos e muitos anos, havia um senhor muito rico. Ele era dono de muitas terras, construiu toda sua riqueza plantando e colhendo os frutos que dela provinham. Este senhor sempre cuidou de seus bens com muito zelo e apreço. Dedicava-se com carinho às suas plantações, conseguia sempre os melhores negócios na comercialização e beneficiamento das sementes que plantava. Muito respeitado e ético no trato com fornecedores, clientes e principalmente com seus funcionários. Era um homem exemplar. Certo dia, olhando ao seu redor, observando toda sua riqueza, o senhor se deu conta de que possuía tudo aquilo alguém poderia desejar para si: paz de espírito. E decidiu que chegara o momento de conhecer o mundo! Que já se encontrava para lá da metade da vida e sentiu um enorme desejo de pegar a estrada afora em busca de novos lugares, olhares, pessoas, culturas e realidades. Ele usou toda sua experiência e sabedoria para planejar sua saída. Organizou suas finanças para que parte dela pude

Pequenos heróis dentro de nós

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Venho acompanhando uma série de ficção científica intitulada "Travelers", em que um grupo de pessoas do futuro possuem a missão de retornar ao século XXI para salvar o planeta. Uma vez que são muito evoluídos,  para cumprirem sua missão e principal objetivo , estes seres utilizam o corpo de pessoas comuns que supostamente morreriam. A série, muito interessante, também leva a alguns dramas vividos por estas pessoas do futuro, vivendo em uma época anterior, menos desenvolvida material e afetivamente: uma vez que ocupam a vida de outras pessoas, estes seres se tornam obrigados a tocarem adiante a vida normal de seus "hospedeiros" - como são chamados. Eles foram trabalhadores, estudantes, mães de família e qualquer outra coisa que qualquer pessoa poderia ser. Além do desafio de "salvar o mundo" tais seres do futuro também possuem o desafio de salvarem a si mesmos  das situações adversas que viver no século XXI lhes apresenta , a fim de se manterem

A saúde mental do homem

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Os tempos são outros. Foram-se os dias em que os homens somente iam ao médico ou levados pelas mães, quando crianças ou acompanhando a esposa em alguma consulta rotineira. Há homens que, infelizmente, ainda hoje, passam longe do hospital. Mas aos poucos essa realidade vem mudando e percebe-se que os cuidados em saúde também se estendem a eles; por que não? A campanha que se lança no mês de novembro - Novembro Azul - tem o objetivo chamar atenção para os cuidados da saúde masculina. Consultas e exames simples, que se realizados com antecedência e frequência, podem evitar dores de cabeça no futuro. Chama-se muito a atenção para o câncer de próstata, que dependendo do tipo de tratamento e cirurgia, pode levar a consequências irreversíveis, como a impotência. Mas há também outras doenças silenciosas, como pressão alta, atrite, diabetes e depressão, que passam anos desconhecidas por seus portadores, que não gostam de ir ao médico. Falando nisso, e a saúde mental do homem, como