Meu filho / minha filha não sai do celular!

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Uma dúvida constante dos pais sobre o uso que as crianças e adolescentes fazem de aparelhos eletrônicos. Falemos primeiramente sobre as crianças: as opiniões dos especialistas divergem em alguns pontos específicos no que diz respeito à total restrição de acesso às telas ou ao seu uso moderado. Mas um ponto é unânime: é desaconselhável que as crianças façam uso exclusivo de aparelhos eletrônicos como forma de interagir com o mundo.

As crianças são naturalmente curiosas, gostam de fazer descobertas, utilizando, conhecendo e testando seus corpinhos como grande ferramenta de exploração do mundo que as cercam. Elas gostam de correr, pular, se equilibrar, dependura-se nos brinquedos e obstáculos, tudo isso como uma grande aventura. A brincadeira possibilita a interação com o ambiente e a socialização com outras crianças. É um ensaio para as etapas seguintes ao desenvolvimento e contribui massivamente para o amadurecimento psicológico, cognitivo e subjetivo dos pequenos.

A orientação aos pais e cuidadores é de que se a criança somente se interessa por jogos ou qualquer outra forma de interação proporcionada por aparelhos eletrônicos (tablets, smart phones, notebooks, etc.) há de se questionar se tal exclusividade estaria encobrindo alguma questão mais difícil de a criança verbalizar. Lembrando que um dos principais sintomas de crianças com depressão é o desinteresse pela brincadeira; criança deprimida não brinca e buscar ajuda e tratamento é urgente nesses casos.

Seguimos, então, para os adolescentes: nesta etapa do desenvolvimento, o principal objetivo das telas é a possibilidade de se conectar com outras pessoas e criar diferentes formas de interações sociais. Sejam jogos em rede, para encontrar grupos de iguais ou para ficar próximo aos amigos. Até mesmo no que diz respeito aos ensaios de uma vida mais autônoma, os pais costumam utilizar-se dos aparelhos celulares para manterem contato com seus filhos.

Na adolescência, o uso e a importância das telas, principalmente dos smart phones tem sentido diverso daquele empregado durante a infância, porque se descobre ali um espaço no qual é possível imprimir e criar uma identidade ainda em modulação, em formação. Portanto, a orientação aos pais é a de que, ao mesmo tempo em que o uso das telas deve ser respeitado, atribuindo-se-lhe uma utilidade funcional, ainda é importante proporcionar aos jovens meios diversos de interação social e construções subjetivas, através de experiências e vivências. Atividades culturais, shows, mostras de artes, participação em grupos de trabalho (por exemplo, voluntariados, escotismo, grupos de jovens...), a iniciação à profissionalização através de técnicas e práticas, entre outras, são algumas possibilidades de auxiliar e orientar os jovens quanto às inúmeras formas de estarem no mundo e construírem suas identidades.

Todavia, assim como na infância, é importante que pais e cuidadores estejam atentos à quantidade de tempo que o (a) adolescente passa nas redes sociais ou em frente às telas, uma vez que tal comportamento também pode encobrir sintomas e angústias próprias dessa etapa do desenvolvimento. Procurar ajuda de especialistas e terapia poderá ser preventivo de agravantes, como a automutilação ou o suicídio entre os jovens.

O tema sobre as telas e mídias sociais é vasto e as opiniões são diversas. Espero que este pequeno texto possa contribuir com alguns esclarecimentos e fico à disposição para eventuais dúvidas! Até a próxima!

Shirley Silva Costa
Psicóloga | CRP 07/27644

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