Responsabilize-se pela sua felicidade

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Há muito já dizia o ditado que se conselho fosse bom, seria vendido. Contudo, na maioria das vezes, esses bons conselhos que nos são entregues gratuitamente, bem no fundo estão cheios de razão. E vai aqui um conselho de início de ano, que gostaria de doar a quem possa se interessar: responsabilize-se pela sua felicidade.

Como seres humanos que somos, travamos uma incessante busca por satisfação e prazer - o tal "princípio do prazer" afirmado por Freud. É bem simples entendê-lo. Por exemplo, se estamos com sede, nosso corpo sinaliza - a boca fica ressecada - e isso nos indica de que está na hora de beber água. Uma vez saciada a sede, retornamos à homeostase, ao equilíbrio fisiológico e a sensação incômoda logo passa. É um processo tão natural e automático, que mal nos damos conta de sua complexidade. As funções orgânicas (sede, fome, sono, calor ou frio) são mais fáceis de entender, uma vez que sempre que atravessamos um estado de insatisfação, prontamente encontramos um jeito de nos saciar. Por outro lado, quando se trata da felicidade, as coisas complicam, pois não é simplesmente entrar em um supermercado e pegá-la na prateleira de algum setor - apesar de que há quem acredite que se compra felicidade. Tenho minhas dúvidas.

Felicidade é um conceito subjetivo, quer dizer, pessoal, construído a partir de experiências vividas, crenças, valores e do comportamento de cada um. O que é felicidade para mim, pode não ser para você e vice-versa. Mas não quer dizer que sou menos ou mais feliz que alguém. Quer dizer, somente, que meu jeito de ser feliz é diferente do jeito-de-ser-feliz de outras pessoas. Quando encontramos pessoas com quem podemos compartilhar a nossa felicidade, parece que ela aumenta, se amplia. Quando temos a oportunidade de conceder um pouco da nossa experiência de felicidade para outra pessoa também experimentá-la, é maravilhoso. Cada um experimentando a seu modo, claro; porque, afinal, a felicidade é pessoal.

A questão é justamente essa: felicidade é subjetiva. É sua, particular, individual, intransferível e não há quem tenha tanto domínio sobre ela quanto você mesmo(a)! "Ah, mas eu dependo que o governo pare com a corrupção para eu ser feliz!", você pode afirmar. E tem razão. Todos concordam que a corrupção é uma chaga na sociedade brasileira e seria infinitamente melhor se não tivéssemos que carregar essa herança do tipo cavalo de Troia. Mas a felicidade a qual me refiro fala sobre a maneira, ou os recursos pessoais, ou as potências individuais que temos para confrontar situações adversas - e inevitáveis - a fim de buscar uma vida mais equilibrada entre momentos de felicidade e momentos nem tão felizes assim. Para ser feliz, fazendo um paralelo com os exemplos sobre sensações físicas, também se faz necessário experimentar momentos de angústia e tristezas, sejam eles pessoais ou por empatia com o próximo. A insatisfação toma uma proporção tamanha que incomoda a tal ponto, que se faz urgente a mudança. E tal mudança só pode ser individual, não depende de mais ninguém. Percorrer esse caminho, muitas vezes é doloroso. Mas há também momentos em que é fácil e simples.

Algumas pessoas me perguntam sobre a modalidade dos meus atendimentos de psicoterapia, que é individual. Geralmente são casais que gostariam de um atendimento em conjunto. Sempre explico que, independente da abordagem do psicoterapeuta, o benefício do tratamento será absorvido por ambos e por quaisquer outras pessoas que com eles se relacionem - familiares, amigos, colegas de trabalho, etc. Por outro lado, percebo certo ar de resistência: "só vou à psicóloga se fulana(o) for também". Ora, se você se importa com sua relação e com os sentimentos de seu companheiro ou companheira, será que não seria um gesto altruísta iniciar o tratamento de psicoterapia, a fim de que ambos consigam conviver melhor? Porque, em seguida, vem a réplica: "não sou eu quem precisa de terapia! Quem precisa de terapia é fulano(a)!". Então a necessidade de escuta e acolhimento psíquico vira um jogo de empurra-empurra, no qual, no fim das contas, ninguém será ajudado. Porém ambos seguirão sofrendo emocionalmente, desgastando a relação.

Então, a minha dica é: responsabilize-se pela sua felicidade, que não depende de ninguém a não ser de você mesmo(a). Não espere pelas decisões seu parceiro ou parceira para ser feliz hoje! Nem espere que o governo melhore (porque, lhe garanto que isso ainda levará um bom tempo), que os dias passem ou que as condições ideias se concretizem para somente, então, ser feliz. Pois a felicidade se constrói nas pequenas ações, um dia de cada vez.

Shirley Silva Costa
Psicóloga | CRP 07/27644

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